quinta-feira, julho 02, 2009

Morrer é só não ser visto - Crónica de uma Prima para outra Prima




Quando aparecia, trazia sempre um livro. Eu era criança mas recordo-a, nítida e precisa, por causa dos livros. Eram escritos por ela e isso, só por si, tornava-a distinta de todas as outras pessoas. Um dia deu-me A Fada Oriana e na primeira página, a mais branca e despojada, escreveu o meu nome e assinou o seu, numa caligrafia aérea.

Passaram já cinco anos sobre a morte de Sophia de Mello Breyner Andersen e este meu escrito mais não é que uma breve evocação, atar as pontas soltas da memória, desembaciar o tempo, lembrar através dela, ainda e também, a pesada contabilidade de outros mortos, de um tempo mais longínquo, em que a sua pressentida escrita depurada e a sua geografia poética ainda a não tinham transformado num bem comum e universal.

Os Natais, as festas de família mais íntimas, os nascimentos e as mortes, traziam Sophia de volta à nossa casa do Campo Grande, onde vivera algum tempo da sua juventude. Cresci a ouvir as histórias dessa época, em que a bisavó acompanhava pela rádio o relato da guerra, com um grande mapa aberto sobre a mesa e pequenas bandeirolas representando as forças em conflito. Na nossa família, marcada por fortes figuras femininas, a sua passagem deixou um rasto lendário que cheguei a atribuir ao gosto fantasioso que nos foi caracterizando e à tendência efabuladora com que cada geração se entretém a compor o presente. Quando Maria Cacho, a costureira alentejana, me dizia " a menina parece a sua tia que uma vez, quando o namorado tocou à porta, abalou para a rua com os alfinetes e tudo!" eu não acreditava completamente. A propósito de guarda-chuvas contava-se sempre a mesma história: no dia em que se apresentou pela primeira vez na Faculdade de Letras chovia muito. A minha bisavó emprestou-lhe um chapéu mas, como Sophia fosse muito distraída, encheu-a de recomendações para o não perder. Quando chegou à faculdade procurou a pessoa que lhe pareceu mais idónea - um senhor de uma certa idade -, dirigiu-se a ele e disse-lhe: "Faz o favor de me guardar o meu guarda-chuva?" O senhor em causa era o mesmíssimo reitor…

Também se sabe com precisão em que quarto se fechava para ouvir o silêncio e da janela olhar o jardim. Creio que aí terá escrito aquele poema que começa assim: "Atravessei o jardim solitário e sem lua…". O nosso jardim era especialíssimo, misturando uma megalomania inocente de buxos franceses com devaneios românticos de parterre de amores--perfeitos, suficientemente grande, labiríntico e misterioso para permitir todo o tipo de evasões. Segundo a tradição oral esse foi um tempo de oiro, de festas e tertúlias, amizades fraternas e cumplicidades que resistiram às muitas voltas da vida.

Mais tarde, aproveitei todas as ocasiões em que estava com ela para repor as memórias, os factos, as cronologias. Mas foi após a morte da minha tia Maria, irmã da minha mãe, a propósito de um In Memoriam que então promovi, que ela me enviou um texto muito particular. A minha tia fora, a seu modo, uma mulher extraordinária e, juntamente com a minha mãe, eram as suas "primas do Campo Grande".

Escreveu assim: "Mais tarde, morei no Campo Grande…Foi um dos mundos da minha juventude. Um mundo de pessoas, coisas, acontecimentos, conversas, projectos (….) onde todas as pessoas, cada uma à sua maneira, estavam profundamente influenciadas pelo espírito do lugar, daquele lugar especial que era aquela casa."."Vivi-a quarto por quarto, canto por canto, janela por janela, espelho por espelho. O jardim, os loureiros cor-de-rosa, o tanque redondo, os narcisos da Primavera, o mirante. (…) E nas tardes de Verão sentávamo-nos nos degraus da escada em meia lua que liga a sala grande com o jardim e falávamos sem fim de todas as coisas visíveis e invisíveis do céu e da terra. "

Por aqui, tudo permanece igual. Se chego à janela vejo os loureiros e a escada de pedra em meia lua. São as pessoas, muitas, que já não vejo. Ficaram em todos os cantos e em todos os espelhos. Porque "morrer é só não ser visto."


Maria José Nogueira Pinto
(Uma das Primas do Campo Grande)

quarta-feira, julho 01, 2009

Homenagem ao nosso Bisavô

Integrado nos Colóquios do Património e numa homenagem ao grande Médico que foi João Carlos Rodrigues, teve lugar hoje no Salão Nobre do Hospital de São José uma Conferência sobre o nosso Bisavô, a quel foi preferida pelo nosso primo Gustavo Andressen. O Gustavo fez uma excelente apresentação realçando os principais factos da vida do nosso Bisavô.

Estiveram presentes representantes de todos os 6 ramos com descendencia, e foi um autentico encontro de primos e primas alguns dos quais não se conheciam. Ficou combinado um encontro dos descendentes do Avô Thomaz. Alguns primos e primas aproveitaram a oportunidade para se juntarem num divertido e barulhento (não podia deixar de ser)almoço.

Aqui ficam umas imagens


Primo Gustavo fazendo a sua excelente apresentação



Tias primas e primos não quiseram perder a apresentação do Primo Gustavo



Sala cheia como podem ver



Alguns primos no final juntaram-se num "barulhento" mas divertido almoço

sábado, maio 16, 2009

Os 50 do Primo Pedro Cabral da Camara

E ontem foi a vez do Primo Pedro Cabral da Camara festejar os seus 50 anos. Foi em grande, o Pedro deu uma festa para toda a familia nos SKONES. Logo à entrada èramos lindamente bem recebidos pelo gerente Vasco Cabral da Camara (filho do Tio Rodrigo) e éramos recebidos com Champagne e uma belissima Sangria. Imagino que a festa tenha durado até de madrugada, mas eu à uma da manhã tive medo que o meu carro se tranformasse numa abóbora e vim até ao Estoril.

Parabens Primo Pedro e obrigado pela magnifica festa. Estes agradecimentos são claro está estendidos à Prima Sofia que ao lado do Pedro foi uma dona de casa notável.

Beijos aos 2 e aqui ficam umas imagens em 1ª mão


Primo e muito amigo


Zé Tomaz















































quinta-feira, maio 07, 2009

Anos das Prima Sofia e Leonor

Nesta familia começa-se a entrar na moda de se fazerem 50 anos, e nunca mais se para. Depois da Prima Luisa foi a vez das Primas Sofia Roquette e Leonor Ulrich festejarem os seus 50 anos. Infelizmente a esta falhei, pois tinha a Missa do envio da Matilde para Fátima e não quis faltar. Só espero que um dia a Sofia me possa desculpar esta falha. E para cumulo do azar tinha pedido à minha Mãe para ter o telemovel à mão para eu poder dar parabens à Sofia e á Leonos, mas... com o barulho Mello Breyner não se ouvia tocar. Falei para a minha Mãe, para a mana Leonor, para a Diana, para o Luis Roquette, todos têm chamada minhas não atendidas no dia 6, mas ninguém me atendeu e não consegui dar os parabens à Prima Sofia. É IMPERDOÁVEL, só espero que elas saibam o quanto eu gosto delas, e me desculpem.

Beijos Primas Queridas e espero ir aos vossos 100 anos


Primo e muito amigo

Zé Tomaz

P.S. Mas apesar de não ter ido, "mandei" um fotógrafo, neste caso um fotógrafa que registou o acontecimento para este nosso blogue.











































terça-feira, maio 05, 2009

Para o "querido" anónimo

A partir de hoje, quem quer que seja o anónimo que de vez em quando se diverte a fazer comentários menos próprios no nosso blogue terá que se identificar, pois de outra maneira não conseguirá comentar novamente.

Obrigada

P.S. Esta grande e unida família irá rezar por si para se tornar melhor pessoa

terça-feira, abril 14, 2009

16 de Maio 2009 - Picnic Mello Breyner




Querida Familia

Apontem esta data de 16 de Maio nas vossas agendas. É em principio a data do Picnic dos Mello Breyner. Mais informações serão transmitidas aqui logo que vão chegando.


Bjs

Zé Tomaz

segunda-feira, abril 13, 2009

Primo Frederico Cabral da Camara é Campeão Nacional de Monopólio

Querida Familia

Este blogue serve conforme dito no texto inicial para relatar todos os factos e acontecimentos que acontecem na nossa familia. Se por vezes alguns acontecimentos são tristes , este de hoje é relativo a um sucesso de um membro da nossa familia, o Frederico Cabral da Camara, filho do Primo Pedro é o Campeão Nacional de Monopólio. Para o Primo Frederico um enorme abraço de parabens, que são extensivos ao Pedro e Guida. Aqui fica a noticia publicada no Correio da Manhã:





Monopoly: Jovem conquista título


O lisboeta Frederico Câmara, de 17 anos, sagrou-se esta tarde, em Alfragide, campeão nacional de Monopoly, ultrapassando duas eliminatórias e mais de uma centena de concorrentes de várias idades. Em Outubro o jovem vai disputar a final mundial em Las Vegas, nos Estados Unidos.

“Comecei a jogar com 7 anos, geralmente era nas férias de Verão com toda a família, incluindo uma série de primos”, contou o jovem ao CM.

O campeão nacional é o segundo de cinco irmãos e, entre risos, diz que apenas “uma das minhas irmãs é que gosta de jogar”. Quando foi apurado no final da primeira eliminatória, Frederico desapareceu o que obrigou a organização a esperar que ele regressasse: “Acabou o jogo, eu estava cheio de fome, fui comer qualquer coisa e quando regressei é que percebi que era o jogador com melhor pontuação”, conta. Na segunda e última eliminatória, Frederico Câmara disputou o título com Carlos Costa de 35 anos, Sérgio Miguel Cruz de 30 anos e José Liliano de 23 anos.

“Senti-me muito bem, fiquei radiante”, remata o jovem que frequenta o 11º ano na área de Economia.

Com passagem marcada para o campeonato mundial, em Outubro, o estudante ainda não sabe quem o irá acompanhar: “Vou com um amigo ou com o meu irmão”, conta.

Presente neste torneio esteve o anterior campeão nacional Vítor Cândido, 35 anos. “O campeonato mundial em que participei decorreu em Tóquio. Tinha o sonho de ficar entre os dez primeiros classificados mas trouxe um 11º prémio”, diz. Vítor Cândido é portageiro na ponte 25 de Abril e acredita que o espírito do Monopoly não se alterou com os anos: “Comecei a jogar quando era miúdo, agora existem várias versões do jogo, mas o espírito e a aventura e a vontade de jogar são iguais. Há coisas que não mudam”, sublinha.

Há duas semanas, numa disputa familiar, o pai de Vítor ganhou-lhe a partida: “Esteve o fim de semana todo a dizer que tinha conseguido ganhar ao campeão nacional”, diz, entre risos.

O Monopoly nasceu em 1933 quando Charles B. Darrow inventou uma promessa de fama e fortuna através de um tabuleiro. Dois anos depois era o jogo mais vendido nos Estados Unidos.

O Campeonato Mundial de Monopoly arrancou em 1973 e decorreu em cidades tão diferentes como Nova Iorque, Londres, Berlim, Tóquio, Monte Carlo ou Toronto. Em Outubro, o agora campeão nacional Frederico Câmara vai concorrer com vários países europeus e com outros como por exemplo, Israel, China, Malásia, Singapura e Turquia. No total são 45 nacionalidades a disputar o cobiçado título de Campeão Mundial de Monopoly.



A Unica coisa que me preocupa é o facto dele ir sózinho para Las Vegas... Mas acredito que ele nos intervalos vai levar uma roleta à glória.